COTA DE EXPORTAÇÃO É UMA DAS HIPÓTESES A SER ADOTADA COM EUA, DIZ ALCKMIN EM EVENTO DO VALOR
Publicado em: | Categoria: Notícia de Comércio ExteriorCota de exportação é uma das hipóteses a ser adotada com EUA, diz Alckmin em evento do Valor
"São negociações que estão ocorrendo e estamos defendendo o ganha-ganha", afirma ministro do Desenvolvimento
O presidente em exercício da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin, afirmou que a adoção de uma cota de exportação é uma das alternativas que estão à mesa nas negociações comerciais com os Estados Unidos, que recentemente taxou o aço e alumínio brasileiros em 25%.
"Tive uma conversa com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, e o representante comercial americano (USTR), Jamieson Greer. Uma das ideias é estabelecer uma cota. Antes, havia uma tarifa de 18%, mas até certo volume tinha essa cota. São negociações que estão ocorrendo e estamos defendendo o ganha-ganha, aproveitar as oportunidades", afirmou Alckmin, que participou por videoconferência do evento "Rumos 2025", organizado pelo Valor no Hotel Rosewood, em São Paulo.
O vice-presidente afirmou que "lamenta" a postura dos Estados Unidos de elevar tarifas para o Brasil e lembrou que o gigante tem superávit na balança comercial, tanto de serviços (US$ 18 bilhões) como de bens (US$ 7 bilhões). "Dos 10 produtos mais exportados para eles, em 8 tarifa é zero", ressaltou.
Alckmin, defendeu a postura histórica do Brasil de "não ter litígio com ninguém" no comércio exterior. Segundo ele, o país pretende atuar para fortalecer o multilateralismo pelo mundo, a despeito da guinada promovida pelo presidente americano Donald Trump, e das tentativas da China de trazer o país para dentro de sua própria zona de influência.
"O Brasil é o país da paz. O Mercosul tem agora cinco membros, entrou a Bolívia. Celebramos um acordo histórico que foi o do Mercosul com a União Europeia. Também assinamos com Singapura e estamos trabalhando outros países. O presidente Lula está no Japão e uma das razões é o comércio exterior", lembrou. "Nossa disposição é defender o multilateralismo, o livre comércio. Vamos aguardar o 2 de abril, que os EUA devem anunciar medidas para o mundo, não apenas para o Brasil."
O vice-presidente também lembrou que é preciso melhorar a competitividade do produto brasileiro no exterior para conquistar mercados. Ele disse que a desburocratização é uma das alternativas nesse sentido. Apenas o Portal Único para exportação deve fazer o custo-brasil cair R$ 40 bilhões, afirmou.
Fonte: Portal: Valor Econômico